A economia brasileira atravessa um momento de deterioração acelerada, com indicadores alarmantes que impactam diretamente a população. No último dia 17 de dezembro, o dólar atingiu R$ 6,207, o maior valor desde o Plano Real, acumulando uma desvalorização de 28,2% em 2024. Esse cenário reflete a perda de confiança dos investidores, incertezas na política econômica e uma situação fiscal cada vez mais instável.
Juros e Inflação: Um Peso Extra
A taxa Selic subiu para 12,25% ao ano, após um aumento de 1 ponto percentual em dezembro. O Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou mais duas altas em 2025, encarecendo o crédito e freando consumo e investimento. Enquanto isso, a inflação projetada para 2024 é de 4,89%, acima do teto da meta (4,50%), corroendo o poder de compra, especialmente das famílias mais pobres.
Emprego: Um Alívio Superficial
Embora o desemprego tenha caído para 6,2% em outubro, o menor nível da série histórica, a informalidade e os empregos precários mantêm a renda insuficiente diante do custo de vida crescente.
Projeções Piores
O Relatório Focus, do Banco Central, indicava em janeiro uma Selic de 9% para dezembro de 2024, mas agora a taxa é de 12,25%. Para 2025, a previsão de juros passou de 8,5% para 14%, e pode subir ainda mais, alimentando um cenário de pessimismo crescente.
O Silêncio que Preocupa
A inércia de entidades empresariais, sindicatos e da sociedade organizada agrava a sensação de paralisia. Congresso e Executivo seguem reativos, enquanto soluções estruturais são deixadas de lado. A falta de mobilização é tão alarmante quanto os números econômicos.
Recessão econômica
Antes de mais nada, é importante saber que, na economia, existem os ciclos de expansão, pico da expansão, recessão e depressão. Ou seja, a recessão é um dos ciclos econômicos que representam o contrário da prosperidade em um país. Se ela não é contida, a economia avança para a depressão, que nada mais é do que o agravamento da crise econômica.
De forma simplificada, podemos dizer que recessão é uma crise econômica na qual há redução da renda das famílias, do nível de emprego e da atividade empresarial de forma geral. Ou seja, ninguém fica imune aos efeitos financeiros de uma recessão.
País caminha para uma recessão?
O crescimento das preocupações do mercado em relação à política fiscal brasileira e à resistência da inflação potencializaram a ideia de que o país pode estar caminhando para uma recessão.
Em contrapartida, indicadores evidenciam a menor taxa de desemprego desde 2014 e indicam crescimento da economia – como o IBC-Br, prévia do PIB, de agosto. Sinais aparentemente controversos levantam a dúvida se há, de fato, uma contração no ciclo econômico a caminho ou um pessimismo exacerbado.
O Brasil Não Suporta Mais Dois Anos
Não é mais tempo de discursos, promessas ou manobras políticas. É hora de agir com responsabilidade e pragmatismo. O governo Lula precisa assumir o controle da situação com um plano econômico robusto, transparente e eficaz. A sociedade, por sua vez, precisa abandonar a inércia e cobrar, com vigor, ações que revertam esse quadro catastrófico.
Dois anos dessa inércia podem ser fatais. O Brasil, sua economia e o futuro das próximas gerações dependem de uma reação imediata. A pergunta que fica é: quando a sociedade romperá o silêncio e exigirá mudanças reais? O relógio está correndo, e o preço da omissão será pago por todos nós.
Ação já! O futuro da nação depende de nós.
Por Antonio Camarotti, CEO e publisher da Forbes Brasil.
Edição por Etelvina Souza